segunda-feira, 2 de julho de 2012

A distância é um vazio tão cheio de esperança.


 Talvez algo célebre que exista sempre e em todo lugar em que há vida humana e subumana. 


Dos reis à medíocre criação humana. Sob forma de concertar, remendar e especular uma 


vida inteira, assim o amor é feito. Sob as formas mil de se ter por entre terroristas que tão 


bem fingidos, sabem engabelar um coração puríssimo, repleto de ousadia. Que deseja, entre 


tantas e outras coisas, ter a quem por amor se alegra. Não deixe, pois, cair por terra, a 


simples distância do que se é belo. Do que se conhece, do que não sabe que na vida há. 


Distâncias físicas há, sempre. Se estivessem num único lugar,não haveria razão para se 


encontrar e se construir um sentimento pelo qual possui um contentamento 'supercontente'.

3 comentários:

  1. A distância em um certo ponto pode ajudar em não se magoar alguém que gostamos e sentimos algo por ela, mais é bom, meu maior medo é magoar alguém assim, não sou perfeito, sou fechado para comigo mesmo, prefiro sofrer só, se for ter que arriscar a felicidade de uma pessoa boa e divinamente interessante...por isso, melhor é viver a vida do jeito que ela acontece...

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  2. Há coisas que a distância não distancia.
    GK

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  3. Rifa-se um coração quase novo.
    Um coração idealista.
    Um coração como poucos.
    Um coração à moda antiga.
    Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
    Rifa-se um coração que na realidade
    está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
    e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
    Um pouco inconseqüente
    que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
    Um leviano e precipitado,
    coração que acha que Tim Maia estava certo
    quando escreveu... "não quero dinheiro,
    eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
    Um idealista...
    Um verdadeiro sonhador...
    Rifa-se um coração que nunca aprende.
    Que não endurece,
    e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
    sendo simples e natural.
    Um coração insensato que comanda o racional
    sendo louco o suficiente para se apaixonar.
    Um furioso suicida que vive procurando relações
    e emoções verdadeiras.
    Rifa-se um coração que insiste
    em cometer sempre os mesmos erros.
    Esse coração que erra, briga, se expõe.
    Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
    Sai do sério e, às vezes revê suas posições
    arrependido de palavras e gestos.
    Este coração tantas vezes incompreendido.
    Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
    Rifa-se este desequilibrado emocional que,
    abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,
    mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
    Um coração para ser alugado,
    ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
    Um órgão abestado
    indicado apenas para quem quer viver intensamente e,
    contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
    matando o tempo, defendendo-se das emoções.
    Rifa-se um coração tão inocente
    que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
    Um coração que quando parar de bater
    ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
    " O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,
    só errei quando coloquei sentimento.
    Só fiz bobagens e me dei mal
    quando ouvi este louco coração de criança
    que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
    Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro
    que tenha um pouco mais de juízo.
    Um órgão mais fiel ao seu usuário.
    Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
    Um coração que não seja tão inconseqüente.
    Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
    mas que incomoda um bocado.
    Um verdadeiro caçador de aventuras que,
    ainda não foi adotado, provavelmente,
    por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
    por não querer perder o estilo.
    Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
    Um simples coração humano.
    Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
    Um modelo cheio de defeitos que,
    mesmo estando fora do mercado,
    faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,
    constrange o corpo que o domina.
    Um velho coração que convence seu usuário
    a publicar seus segredos e, a ter a petulância
    de se aventurar como poeta.
    (Clarisse Lispector)

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