sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meus eternos herois!

A chuva que ali se vai ,
Tão brandamente me traz
Um sonho de outrora
Onde, embora menino,
E, acreditando em fantasias,
... Descobrir o mundo não me bastaria.

Toque meu rosto,
Lave minha'lma
Purifique meus sonhos,
Transforme-me em criança novamente!
Traga-me o sonho
Pinte o sorriso
Mostre-me os desafios.

Chame-me para tomar uma banho junto a você
De braços abertos e, olhos, voltados ao céu.
E, se, por ventura uma lágrima deixar escapar
Deixe que ela se misture com suas gotas reais.
Explico-lhe que serão saudades, de outrora
Do tempo em que mais vivi.
Do tempo em que não era gente grande, e,
Encarando a vida com a leveza infantil,
Sabia que tinha muitos amigos
E amigos mil não seriam o limite.

Chuva, querida!
Sei que lembranças me traz a tona.
Sei que me fará chorar
E sabe que será somente de alegria , não é mesmo?
A saudade que sinto, não é pelo fato de estar longe daquilo que se passou
Ou das pessoas que conheci,
Sinto saudades, por apenas ter vivido cada momento como se fosse único e sem igual.
Raios e trovões!
Quando menino, não queria saber de nada!
E não tinha , certamente, conhecimento de quase nada do mundo.
Possuia fantásticos herois
Hoje, já não os tenho mais.
Eles eram imperfeitos e por isso eram perfeitos!
Lutavam com as mesmas armas utilizadas pelos "mortais",
Sorriam para quem era cisudo, para quem queria me ver na lama.
Sonhavam meus sonhos, desejavam minha eterna felicidade.
"Rosnavam" quando eu estava errado.
Ah! Verdadeiros herois!

Ao contrario das HQ*,
Os meus herois criam rugas, envelhecem,
Não possuem super-poderes,
Não voam, possuem apenas pernas.
São iguais a mim, iguais a você.
São diferentes de mim, diferentes de você!

Homem e Mulher.
Possuem a coragem dos fortes e a humildade dos fracos.
Possuem uma vida findável.
Cometem erros, buscam corrigi-los.

Meus herois,
Ensinaram-me a caminhar,
Tiveram paciencia em minha caminhada lenta,
Esperaram-me e me ajudaram a levantar em meus tombos.
Ensinaram-me a vencer.
Ensinaram-me a pegar no lápis, na colher.
Eles achavam maravilhoso os meus rabiscos.
Cuidavam de meus ferimentos,
Aconselhavam-me sobre o mundo.
Os únicos que entendiam meu olhar, quando a fala não se fazia presente.

Meus herois,
Sabem quando preciso de um carinho, de um abraço
Entendem quando estou precisando de um tempo sozinho
Reconhecem minhas vitorias
Dão, a mim, uma lição de vida quando penso que nada vai dar certo mais.
Meus herois,
Sonham meus sonhos,
Sofrem comigo.
Um dia eles se vão, sem motivo , sem razão
Nunca fará sentido, mas voarão diante da imensidão.
E está claro que me arrependerei do tão pouco tempo que a eles dediquei
Falta eles farão,
E não terei na terra outra superproteção
Ficarei meio perdido, quase que totalmente sem direção
perderei um pedaço de mim, desprendido de meu corpo
E novamente sentirei saudades, estas, trazidas pelo vento
Aclamados pela chuva...
Ahh chuva, querida!
Saudades ainda, da velha criança adormecida?

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