quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Experiências..

Dia desses fui fazer a unha, junto com minha mãe,  para o casamento de um parente nosso.
Meu irmão e meu pai foram providenciar o almoço e, lá pelo meio dia meu irmão foi nos buscar. Percebi que ele estava demorando, levando em conta a distância e o tempo que haviamos chamado ele.
Enfim, ele chegou!

- Mãe, olha que cara de mau a dele! Aconteceu alguma coisa! - falei.
- Está mesmo . - respondeu ela.

Entramos no carro e o assunto surgiu

- Tem um menino na frente de casa, de 6 anos, de pijama, descalço e ele não fala com ninguém. - comentou meu irmão.
- Eu vi que você estava estranho. - disse a ele.

Chegando em frente de casa, pulei do carro. Havia um rapaz que trabalha ao lado , tentando pegar a criança no colo.

- Eu fico com ele - disse ao rapaz.
- Você fica? Então está bem. - respondeu educadamente.

Eu me aproximei e fiquei tempos tentando contato com ele, mas estava difícil. Meus pais junto ao meu irmão foram tentar encontrar os pais do garoto. De longe ele não poderia ter saído. Afinal, não estava sujo e nem desarrumado!

Pois bem, me aproximei mais um pouco e disse:

- Oi, posso me sentar do seu lado?
(Ele me olhou rapidamente e ficou quieto)

Dei um tempo e continuei

- Você está com fome? Com sede?
(Nada do garoto responder)

Dei mais um tempinho e perguntei seu nome.

- Como voce se chama? Olha que garoto lindo! Olha que pijama mais bonito! Você gosta de carros é? Corrida?

E para minha surpresa ele olhou pro pijaminha dele e depois para mim , e disse rapidamente
- Gabriel.

Estando sentada do lado dele, ele se aproximou. Sentou no meu colo e me abraçou.
- A tia não vai fazer nada de ruim com você tá? A tia não vai deixar nada te acontecer, tá bom? Você confia na tia ?
Ele não me respondeu, mas me olhou e sorriu.

Fazendo barulhos estranhos, estando em seu próprio mundo, tendo movimentos repetidos e contínuos, sentou perto de uma boca de lobo e apontou para a água.
- Nossa , para onde será que essa água vai? Você sabe?
- Túnel , ali, túnel. - respondeu ele.

Ele se levanta e, consequentemente, eu também.
Nada de tentar pega-lo a força. Estava deixando ele livre, mas se algum sinal de 'surto' , desespero, o fizesse correr, ir para o meio da rua, claro que não iria deixar. Apenas evitava contato, afinal, percebi que ele tinha AUTISMO.

Pediu meu colo e ficou um bom tempo assim.. Desceu do meu colo e,bom, ele foi caminhando, e pessoas foram se aproximando. E a medida que lhe perguntavam algo, ele mostrava vontade de correr.

Disse a ele rapidamente :

- Na rua não Gabriel, dá a mão pra tia e vamos prá lá , bem longe dessas pessoas.

Ele me deu a mão e atravessamos a rua.

Nisso, encontraram o pai dele. O pai dele saiu correndo do carro e foi logo dizendo:

- Fugiu denovo garotão? Obrigado por cuidar dele. Ele tem autismo e não é a primeira vez que ele foge!
- Não tem problema, se ele fugir novamente e a gente ver, fique tranquilo que a gente cuida.

Esta foi sim uma experiência impagável! Foi sim Fato verídico!
 Como pessoa e profissional, futura!!
E assim, cheguei em casa, almocei e revi os meus conceitos.
Os meus pensamentos, virão em outra postagem. 

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